sábado, 1 de outubro de 2011

A herança


Apesar de Passos Coelho ter prometido não usar a governação anterior como desculpa, a cada nova má notícia na imprensa o PSD desdobra-se em críticas à herança socialista. É apenas mais uma promessa não cumprida – e esta nem é das mais graves. Quando foram conhecidas as contas do primeiro trimestre de 2011, os números revelavam uma evolução razoavelmente positiva. Se o défice derrapou entretanto, alguma explicação deve existir. Os acontecimentos marcantes da transição do primeiro para o segundo trimestre deste ano foram o chumbo do chamado PEC IV e a subsequente queda do governo de Sócrates. Nas duas encontramos a impressão digital do passismo, notabilizada na célebre tirada de Marco António: “Ou há já eleições para primeiro-ministro, ou, o mais provável, é termos eleições para a presidência do PSD”. Se as contas estão más, o PSD tem a agradecer a si mesmo a herança que recebeu.

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