terça-feira, 4 de outubro de 2011

O galinheiro da saúde

O ministro da Saúde, pessoa com fortes ligações a um grupo privado de prestação de serviços de saúde, avisa que um serviço de saúde sustentável significa “uma menor despesa com convencionados, um custo de medicamentos em ambulatório menor, um número e custo de horas extraordinárias também menor e um menor número de despesas com prevenção”. Menos horas extraordinárias, como explica candidamente a coordenadora do Agrupamento de Centros de Saúde de Alvalade, Benfica, Lumiar e Sete Rios, significa que “As pessoas vão ter que perceber que os centros de saúde não podem ser usados com a mesma facilidade que anteriormente”. Dito de outra forma, como a notícia explica, menos horas extraordinárias traduzem-se em horários reduzidos de atendimento. Com o amadorismo a que já nos vamos habituando, ninguém explica como é que isto se articula com as necessidades financeiras e operacionais de tirar gente das urgências hospitalares. Entretanto, os media resolvem dar tempo de antena à presidente da empresa de saúde do grupo Espírito Santo, que defende que “Tem de haver fecho de hospitais e concentrações de serviços hospitalares, nomeadamente nos grandes centros urbanos”. É impressão minha ou chamaram as raposas para definirem como deve ser reformulado o galinheiro?

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