segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pormenores

Há muitas formas de apresentar um número. O Diário Económico preferiu chamar a atenção para os 20.000 euros que Cavaco vai deixar de receber em 2012. É um montante de respeito. Sobretudo se pensarmos que sempre que Cavaco fala em “sacrifícios” e “fim das ilusões” nos seus discursos está a falar refastelado no conforto de um rendimento mensal de 10.000 euros. Isto num país com um salário médio em torno dos 800 euros. 

O segundo aspecto a reter, embora o DE prefira não o abordar, é que o corte proporcional nos rendimentos de Cavaco é igual ao corte que afectará qualquer funcionário público: sensivelmente 15%. A diferença é que após o corte do subsídio de Natal e de férias, um funcionário público com 1000 euros de salário fica com 12.000 euros anuais para comer, vestir-se, pagar o carro e a casa. Cavaco ficará com um rendimento anual de 120.000 euros. E, como todos sabemos, a vivenda da Aldeia da Coelha foi uma permuta e não pesa nas despesas familiares. Um pormenor ao qual o DE decidiu não atribuir importância.

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