segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ética: modo de não usar

O jornalista que o Público escolheu para comentar o apoio do PS à candidatura presidencial de Manuel Alegre é o mesmo homem que os assessores de Cavaco usaram para plantar o caso das escutas em Belém. O Público, após José Manuel Fernandes, continua a não querer perceber que para ser respeitado tem que se dar ao respeito.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Esclarecimento

Eu se não apareço por aqui com mais frequência é porque ando demasiado ocupado a tentar impedir que o país vá pelo cano.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Santa ignorância

Um texto escrito por uma pessoa que não percebe nada do que está a dizer.

Outro texto escrito por uma pessoa que não percebe nada do que está a dizer.

Frasquilhices

Ficámos a saber que o BES emprega um funcionário com um sentido patriótico muito apurado. Miguel Frasquilho coloca o interesse patriótico à frente de tudo o resto e não hesita em fornecer informações adulteradas em nome da instituição para a qual trabalha de forma a não prejudicar o fluxo de investimentos em solo português. Isto porque as convicções de Miguel Frasquilho são, como ele disse, as que expressa como deputado na AR, que se afastam diametralmente do que subscreveu no BES. Aguarda-se para breve o mais que justo inquérito disciplinar promovido pela entidade patronal.

A realidade será, obviamente, outra. O BES não vai preocupar-se em apurar a fiabilidade das informações assinadas por Frasquilho - os patrões de Frasquilho terão as informações e garantias necessárias para aferir que não são eles que estão a ser enganados. OS eleitores, pelo seu lado, desconfiam bem que não deve ser nos trabalhos que assina pelo BES, e pelos quais aufere o seu vencimento, que Frasquilho mente. E, não podendo proceder a inquéritos, não deixam de ter nas suas mãos a sanção disciplinar adequada sempre e de cada vez que Miguel Frasquilho se apresente a votos.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cavadela, minhoca

Chamar discurso às verbalizações de Cavaco é um manifesto exagero. A propósito da promulgação do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o actual inquilino de Belém presenteou-nos com mais um hino à ausência de discernimento e de cultura, actividade na qual é prolífico como em nenhuma outra.

Hoje

Hoje há portugueses com muito boas razões para se sentirem felizes. É um dia bom.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fórmula de sucesso

Para alguns especialistas de café, a solução milagrosa para os males do país passa sempre pela redução de salários. O Estado gasta muito? Corta-se nos salários. O país não é economicamente competitivo? Corta-se nos salários. Era importante que alguém explicasse devagarinho a estas pessoas que, se a ideia é concorrer pela óptica dos salários baixos, é preciso reduzir até aos níveis pagos na Índia e na China ou, para ficarmos mais perto, na Europa de Leste. Aí sim, teríamos empresas verdadeiramente competitivas que comercializariam produtos e serviços que as famílias não teriam dinheiro para comprar. Um sucesso...

O alvo

Existe uma grande diferença entre reconhecer que o Estado gasta muito dinheiro com as remunerações dos seus funcionários e, dessa constatação, concluir que o Estado gasta demasiado dinheiro com remunerações. Portugal não é um país de salários elevados para o trabalhador médio. Aliás, onde o país se destaca com remunerações acima da média europeia é nos altos cargos dirigentes e nos altos cargos de gestão. É verdade que o vencimento médio dos funcionários públicos é superior ao vencimento médio nacional, mas é preciso ter em conta que o salário médio nacional faz corar de vergonha qualquer cidadão da Europa central. Para se aceitar que o Estado gasta demasiado dinheiro com remunerações torna-se necessário que fique demonstrado que paga demasiado, ou que paga a demasiados, e que poderia fazer o mesmo, com a mesma eficácia, por menos dinheiro. Lamentavelmente para os arautos do corte a direito na função pública, um funcionalismo público bem pago e qualificado sempre foi um dos sinais de um Estado forte e desenvolvido. Ou, vistas bem as coisas, talvez seja precisamente esse o alvo a atacar.

Embirrar

Há quem embirre com a Administração Pública e com os seus funcionários. E há quem leve essa embirração a níveis irracionais. Só assim se entende que se defenda que os funcionários públicos são as únicas pessoas na Europa que "vivem à margem da crise que varre o país e a Europa". Isto seria verdade se os funcionários públicos não descontassem para o IRS, como toda a gente, e não fossem também eles afectados pelas alterações anunciadas ontem. As medidas anunciadas por Sócrates são duríssimas, injustas e, até certo ponto, eventualmente contraproducentes. Mas, tirando as PME, tocam a quase todos. Reduzir os salários da função pública prejudicaria um único grupo de profissionais, sem quaisquer critérios de rigor e justiça social.

Não perceber

O que Mário Soares disse ao El País foi que a melhor arma para combater o terrorismo é o humanismo e o diálogo possível. Ou seja, uma política externa que respeite a dignidade do ser humano e os seus direitos e um diálogo com os sectores sociais e políticos como forma de diminuir ou erradicar as bases de apoio popular do terrorismo. Não falou em dialogar com terroristas, muito menos em negociar o que quer que seja. Pode ser que o Jorge Costa não perceba a língua dos nossos vizinhos. Ou pode ser que, simplesmente, não perceba.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Para começo de discussão

Dois posts absolutamente imperdíveis sobre o 1º de Maio em Berlim:

Notícias ao fim da tarde

Ontem em Berlim

Às perguntas que a Helena já levantou, eu juntaria mais duas. Deve a democracia acolher no seu seio as mais reaccionárias e violentas forças anti-democráticas? Devem a cidade de Berlim, a Alemanha e a Europa assistir impávidas enquanto o neo-nazismo se passeia pelas suas ruas?