Pela primeira vez em 20 anos, o número de lares nos EUA com aparelho de televisão diminuiu. Os dados da Nielsen Company apontam dois grupos relevantes para este facto: os mais pobres e os mais jovens. Embora a taxa de lares com televisão se mantenha próxima dos 100%, o interessante é saber se estamos a assistir a apenas uma flutuação natural ou ao início de uma nova tendência.
A redução de aparelhos de TV em casa dos mais pobres tem uma explicação óbvia que passa pela crise económica. A preocupação, neste caso, é que, tratando-se dos mais desfavorecidos, estamos a falar de pessoas sem a possibilidade de substituir a TV por outros meios de informação. A crise económica cria assim uma nova classe de desinformados. Embora ainda muito marginal, um acontecimento desta natureza deveria ser alvo de reflexão em qualquer sociedade democrática.
Por outro lado, no caso dos mais jovens a situação é bastante diferente. Aqui trata-se essencialmente de uma opção voluntária por parte de quem estará mais habituado a sentar-se em frente ao computador do que em frente à televisão. De tal forma que a Nielsen pondera alterar as suas metodologias de trabalho para reflectir estas novas realidades. A pergunta que fica é: se a tecnologia permite dispor de internet na televisão e de televisão na internet, como é que se distingue a televisão da internet?
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