A democracia moderna nasceu da aliança, no século XVIII, entre a burguesia e o povo. Detentora de enorme poder económico, mas sem acesso ao poder político, a burguesia pediu apoio na sua luta contra a aristocracia. Como recompensa do apoio recebido nas ruas, garantiu direitos políticos à populaça. Em quatro linhas, é esta a génese da democracia representativa que conhecemos.
No final da II Guerra Mundial, os líderes europeus compreenderam bem as origens da catástrofe. A sua resposta foi a criação de um contrato social que conferisse segurança e distribuição de riqueza pelas sociedades. A Europa que resultou desse contrato estabilizou, uniu-se e cresceu - e talvez tenha sido um lugar feliz. Durou até aos anos 80, quando o liberalismo de Margaret Thatcher rasgou o modelo e ganhou a guerra contra os sindicatos.
No início do século XX, quando uma boa parte dos europeus ainda trabalhava em condições que nada deviam aos relatos de Engels sobre as fábricas inglesas em 1845, muito boa gente acreditava que o mundo não conheceria mais guerras. Os custos políticos, sociais e económicos seriam incomportáveis. Em 1914 vieram as trincheiras, em 1929 a crise financeira e em 1933 um demagogo austríaco foi nomeado chanceler de uma Alemanha ainda humilhada por Versalhes.
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