Começa a ser notório que algo de muito errado se passa com os argumentos de Passos Coelho para ter chumbado o PEC IV. O líder do PSD já apresentou várias razões para tal, todas diferentes e muitas contraditórias. Confirmando-se que afinal Passos Coelho e Sócrates reuniram para discutir a apresentação das linhas orientadoras do PEC IV à UE, cai por terra mais um dos motivos anteriormente invocados.
Ao contrário do que o líder do PSD e a sua direcção repetiram incessantemente nestas semanas, Passos Coelho tinha conhecimento do pacote de medidas proposto pelo governo. Existem aqui três problemas. O primeiro, obviamente, é a mentira que o PSD quis fazer passar como trunfo eleitoral. O segundo é a quantidade de vezes que o PSD de Passos Coelho repetiu a mentira num tão curto intervalo de tempo. O terceiro problema é que não se imagina como pretendia o PSD não ser apanhado neste ardil.
Os dois primeiros, apontam para o facto de, tal como Graeme Souness dizia de Vale e Azevedo, a direcção do PSD ser capaz de olhar os portugueses nos olhos e lhes mentir sucessivamente. O terceiro demonstra que nem sequer isso são capazes de fazer com competência. Quase um mês depois de ter tirado o tapete ao país, não surpreende que o PSD não tenha sido capaz de apresentar uma única ideia sobre o que vai fazer se chegar ao governo. Não é estratégia política, é uma limitação cognitiva.
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