terça-feira, 11 de março de 2008

Efes

Se não tresli, sou acusado de alinhar pelo diapasão dos que acham que temos um povo de mandados que cai na primeira esparrela que apanha à frente. Mas entre aquilo com que o povo se distrai e aquilo com que querem distrair o povo vai uma grande diferença. Há ciclos mediáticos e, apesar de termos telejornais de quase 90 minutos, o tempo de cobertura não deixa de ter de ser distribuído entre as várias notícias. Sem Camacho e sem a crise de resultados do Sporting sobrava bastante mais tempo para dedicar a outras coisas. Se alguém me pedisse a opinião, eu diria que o futebol não deve abrir telejornais nem fazer capa de periódicos generalistas. Mas ninguém pediu e a comunicação social nunca cessa de nos surpreender com as suas opções editoriais.

Levo uns anos valentes a menos disto do que o João Tunes. Mesmo assim, se não me falha nada, quer-me parecer que os três F elucidam mais sobre o que o regime salazarista reservava às massas do que sobre as preferências destas. Acho que do meu post não se retira que somos um povo de mandados e de tontinhos distraídos. Quanto muito, retira-se que dentro do PS deve haver quem esteja aliviado por dividir um ciclo mediático que não lhe é particularmente favorável. Se parecer outra coisa, façam favor de dizer, mesmo que seja para me explicar o que é que eu estava a pensar quando escrevi o texto.

1 comentário:

Helena Araújo disse...

Se calhar também estavas a pensar nisto: quando o futebol corre bem, a vida do partido no governo corre bem. Nada como eleições pouco depois de o país ter ganho um campeonato internacional de futebol. Democracia de favas contadas.

;-)