Lendo o que os blogues politicamente alinhados à direita têm escrito sobre a articulação entre Belém e o Público para criar um pseudo-caso, fica-se com a impressão que esta gente ou ensandeceu ou acha que somos todos parvos. A PR monta um suposto "caso" para, conscientemente, minar a imagem do governo e do partido que o apoia e um jornal dito de referência presta-se a veículo de manipulação política grosseira, ignorando tudo o que é de mais elementar bom senso na prática jornalística - e tudo isto em tempo de eleições -, mas a preocupação desta gente é com o papel desempenhado pelo DN. O DN fez o trabalho que lhe competia. Perante acusações feitas em público, conseguiu indícios fortíssimos, os quais, após ausência de desmentido, podem ser considerados provas do envolvimento da PR num plano para influenciar o resultado das eleições que se avizinham. Investigou, confirmou, publicou.
Temos um órgão de soberania a violar dolosamente os seus deveres constitucionais, apoiado pelo frete de um jornal que prescindiu há muito da integridade e do brio profissional, e, pelo meio, um grupo de fanáticos que finge não perceber a gravidade da situação.
A partir do momento em que não há desmentido sobre a veracidade do email publicado pelo DN, a primeira leitura política a fazer é que Cavaco deixou de ter condições para continuar em Belém. Obviamente, é esta leitura que a direita vai tentar evitar a todo o custo. Muita poeira vai ser lançada para o ar nesta última semana de campanha.
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