tag:blogger.com,1999:blog-47614843479006265472024-03-06T00:07:59.829+00:00Bios PolitikosUnknownnoreply@blogger.comBlogger437125tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-52259031404598970072016-11-09T17:09:00.000+00:002016-11-09T17:22:03.744+00:00Pós-civismo<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #444444; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O mundo conheceu, no decorrer dos últimos 18 meses, o candidato Donald Trump. A partir do início de 2017, vai conhecer também o presidente Donald Trump. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #444444; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
</div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #444444; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A vitória de Trump não é só uma má notícia por tudo o que a sua candidatura prenunciou - o racismo, a xenofobia, o amadorismo, o ressentimento, a violência, o desrespeito pelas regras elementares do civismo, da decência e da vida democrática. Para além de tudo isto, a vitória de Trump traz consigo dois sinais trágicos. </span></div>
</div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
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<span style="color: #444444; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #444444;"><br /></span>
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<span style="color: #444444; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O primeiro deles é a banalização e a impunidade do abuso e da mentira como forma de ação política. Trump mentiu sem vergonha e rompeu com todas as normas de sã convivência política. O New York Times publicou uma lista extensa de todas as pessoas, grupos e locais que foram <a href="http://www.nytimes.com/interactive/2016/01/28/upshot/donald-trump-twitter-insults.html" target="_blank">insultados</a> por Donald Trump. Exercícios semelhantes de </span><span style="vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><i>fact checking</i></span><span style="vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> resultaram igualmente em listas profícuas de <a href="http://www.politifact.com/personalities/donald-trump/" target="_blank">inverdades amadoras e de mentiras deliberadas</a>. Trump vulgarizou o abuso como discurso político, e fê-lo impunemente. Inicialmente, porque os media o trataram como um caso anedótico. Mais tarde, porque quando foi preciso arrepiar caminho, com o tempo de antena grátis entretanto concedido e a consequente mobilização dos seus apoiantes, as denúncias deixaram de ser relevantes. </span></span></div>
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<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #444444;"><br /></span>
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<span style="color: #444444; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; white-space: pre-wrap;">O segundo sinal trágico desta noite eleitoral é que, a partir deste momento, pelo mundo inteiro, fica demonstrado que é possível alimentar uma candidatura com o mais baixo que a política tem para oferecer e, ainda assim, ter sucesso. O exemplo da candidatura de Trump não tardará a ser copiado e posto em prática noutros bastiões da democracia. Do mesmo modo que a sua candidatura sedimentou o paradigma do pós-verdade, um triunfo construído a galope dos media alinhados com o radicalismo de direita, a noite de 8 de novembro assinala o início do pós-civismo. A tendência será uma chusma de oportunistas a nivelarem o seu discurso por esta nova fasquia, irremediavelmente baixa. </span></div>
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<span style="color: #444444; font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #444444;"><br /></span>
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<span style="color: #444444; font-family: Georgia, Times New Roman, serif; white-space: pre-wrap;">Nesta campanha, o pudor, a vergonha e os mecanismos de controlo social foram pulverizados. Desenganem-se os inocentes que pensem que estão a salvo desta nova realidade.</span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-6684203731655388842011-12-20T21:03:00.002+00:002011-12-20T21:03:43.770+00:002011As piores ideias, com as piores pessoas, na pior altura.Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-56301281132541323762011-11-04T21:44:00.000+00:002011-11-04T21:44:21.240+00:00A opção errada<div style="text-align: justify;">
No dia em que afirmou, sem conhecer a proposta de Orçamento de Estado do PSD-PP, que a probabilidade de votar contra era próxima de zero, António José Seguro perdeu uma boa oportunidade para estar calado. Não há memória de um OE mais violento e iníquo do que este, ao qual o líder do PS se amarrou infantilmente por antecipação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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O PS devia estar contra o OE porque é uma proposta economicamente recessiva, mais penalizadora para as classes médias e classes baixas, que discrimina negativamente funcionários públicos e pensionistas, que desinveste no ensino, na saúde e na protecção social. O que a economia precisa é de estímulo para crescer, gerar emprego e receita fiscal. Se há cortes a fazer, que sejam aplicados de forma progressiva e socialmente justa. Se estamos presos ao Memorando, renegoceiem-se os termos do empréstimo. Tal como está, o OE não serve sequer o propósito de reduzir o défice porque cria uma espiral recessiva. O PS devia ainda estar contra o OE porque é preciso dar esperança à esmagadora maioria de portugueses que não se revêem neste ataque sem precedentes às famílias e à viabilidade funcional do Estado. As pessoas que olham chocadas e incrédulas para o fundamentalismo neo-liberal do governo PSD-PP e que poderiam encontrar no PS o seu porto de abrigo vão continuar à deriva. Por uma e por outra razão, em termos políticos, a abstenção é um erro de palmatória.</div>
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A abstenção tanto na generalidade como na especialidade representa uma capitulação e um "nim" dificilmente explicável. A oposição responsável e construtiva não significa pactuar por omissão com um cenário de empobrecimento do país baseado em preconceitos ideológicos e interesses particulares. Seria mais legítimo e mais fácil dizer não ao OE, propondo alternativas e condicionando uma alteração do voto em função da sua adopção. Evidentemente, o apoio parlamentar ao governo torna a negociação uma questão de boa vontade de PSD e PP. Mas o PS teria marcado uma posição e definido uma alternativa. O "nim", visto do lado dos que mais sofrem com este OE, não serve para nada. Nem sequer para sonhar com um futuro diferente. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-42597750077594798602011-11-03T22:12:00.000+00:002011-11-03T22:12:08.729+00:00Reedições<div style="text-align: justify;">
Confirma-se que a relação de poder na Europa continua dominada pela dupla de coveiros Merkel/Sarkozy. O futuro do Euro e da UE não está nas mãos dos gregos, como alguns optimistas chegaram a vislumbrar. O nosso futuro está nas mãos dos eleitores franceses e alemães que devem decidir se partilham a visão dos seus líderes de que a fada da confiança nos vai salvar a todos da catástrofe. Eventualmente, o futuro passará por uma reedição do Plano Marshall, venha o dinheiro de onde vier. A questão é saber se, antes de reeditarmos a solução implementada em 1948, reeditamos o problema de 1933.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-84954032302819747172011-11-02T23:12:00.003+00:002011-11-02T23:12:57.524+00:00A desumanização do debate<div style="text-align: justify;">
Um dos sinais da crise que vivemos é que se fala muito na Grécia, mas pouco nos gregos. É um sinal que ultrapassa os problemas financeiros e económicos, para indicar um problema político e social. E, se quisermos, também um problema ético. A escolha de uma terminologia abstracta, mesmo que irreflectida, traduz uma desumanização do debate e das questões. Logo, também uma desumanização das soluções. Só assim se compreende que pessoas de bem estejam dispostas a impor ou aceitar a miséria económica e social de milhões de famílias. Algures neste percurso, a Europa perdeu de vista a relevância dos seus cidadãos. Mas, no final, a política e a economia não são nada se não estiverem ao serviço do interesse das pessoas. Um modelo económico e um conjunto de opções políticas que apenas têm empobrecimento para oferecer, não têm realmente nada para oferecer.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-54244231371979378572011-10-26T21:52:00.000+01:002011-10-26T21:58:32.937+01:00See ya real soonAté meados da próxima semana, prevê-se que o blogue continue a marinar.<br />
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Adenda: Entretanto, não deixem de inteirar-se sobre um <a href="http://barbearialnt.blogspot.com/2011/10/quando-equacionar-comprar-um-cartao.html">inovador conto do vigário</a>.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-30751237931543290242011-10-21T08:37:00.001+01:002011-10-21T08:37:53.428+01:00Viva Espanha<div><p>A ETA anunciou o fim da violência. Uma boa notícia para os espanhóis. Uma boa notícia para todos.</p>
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-8625895871835891272011-10-19T21:08:00.002+01:002011-10-19T21:08:30.657+01:00Os anos 30<div style="text-align: justify;">
O constitucionalista Gomes Canotilho advoga que os tempos que vivemos <a href="http://tv2.rtp.pt/noticias/?t=Gomes-Canotilho-afirma-que-situacao-atual-do-pais-justifica-ultrapassagem-de-normas-constitucionais.rtp&headline=46&visual=9&article=490147&tm=8">justificam excepções ao respeito pela Constituição</a>. Jacques Delors, que vem do tempo em que a Europa ainda tinha políticos com visão, avisa que "<a href="http://economia.publico.pt/Noticia/o-euro-esta-a-beira-do-abismo-diz-o-antigo-presidente-da-comissao-europeia-1517258">O clima não é bom e lembra os anos 1930. Nacionalismo exacerbado, populismo agressivo, o medo da globalização, tudo isso põe em causa o contrato de casamento europeu</a>”. Em tempos de crise profunda, é praticamente possível ouvir de tudo. A diferença, nestes casos, é que enquanto uns estão dispostos a rasgar princípios e garantias, em troco não se sabe bem de quê, outros alertam para os perigoso caminho que a Europa percorre. </div>
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<br /></div>
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Os políticos europeus continuam a enfiar a cabeça na areia enquanto os sinais de deterioração do regime democrático são evidentes. É natural e legítimo que uma sociedade queira rever o seu enquadramento legal, mesmo ao mais alto nível, embora seja de esperar que um texto constitucional mereça alguma perenidade. O que já parece estranho é que se possa admitir e aceitar que os poderes políticos possam violar a legalidade vigente, o que representa o fim do Estado de Direito. De resto, toda a gente sabe o que aconteceu à Europa nos anos 30.</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-80642185500295160982011-10-19T18:14:00.002+01:002011-10-19T18:14:24.295+01:00O que dizem as estatísticas?<div style="text-align: justify;">
Nuno Melo diz que <a href="http://tv2.rtp.pt/noticias/index.php?t=CDS-PP-assinala-que-80-por-cento-dos-pensionistas-ficam-de-fora-dos-cortes-nos-subsidios-de-ferias-e-de-Natal.rtp&article=490243&layout=10&visual=3&tm=6">80% dos pensionistas ficam fora dos cortes nos subsídios de Natal e de férias</a>. Para ele, é uma prova da consciência social do governo. Mas para quem realmente se preocupe com a situação sócio-económica dos pensionistas, é sinal de que 80% dos pensionistas portugueses recebem menos de 500 euros de pensão. Este valor coloca a esmagadora maioria dos pensionistas portugueses muito perto ou já para lá do limiar de pobreza. É uma pena que o CDS não esteja na oposição, ou não perderia a oportunidade de atacar este sinal claro da fragilidade económica dos reformados.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-13001665131442734772011-10-17T20:49:00.002+01:002011-10-17T20:49:40.427+01:00Pormenores<div style="text-align: justify;">
Há muitas formas de apresentar um número. O Diário Económico preferiu chamar a atenção para os <a href="http://economico.sapo.pt/noticias/altas-figuras-do-estado-perdem-ate-20-mil-com-cortes_129170.html">20.000 euros que Cavaco vai deixar de receber em 2012</a>. É um montante de respeito. Sobretudo se pensarmos que sempre que Cavaco fala em “sacrifícios” e “fim das ilusões” nos seus discursos está a falar refastelado no conforto de um rendimento mensal de 10.000 euros. Isto num país com um salário médio em torno dos 800 euros. </div>
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<br /></div>
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O segundo aspecto a reter, embora o DE prefira não o abordar, é que o corte proporcional nos rendimentos de Cavaco é igual ao corte que afectará qualquer funcionário público: sensivelmente 15%. A diferença é que após o corte do subsídio de Natal e de férias, um funcionário público com 1000 euros de salário fica com 12.000 euros anuais para comer, vestir-se, pagar o carro e a casa. Cavaco ficará com um rendimento anual de 120.000 euros. E, como todos sabemos, a vivenda da Aldeia da Coelha foi uma permuta e não pesa nas despesas familiares. Um pormenor ao qual o DE decidiu não atribuir importância.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-57777286158791978222011-10-17T20:44:00.001+01:002011-10-17T20:44:06.563+01:00Duas ideias consensuais<b><a href="http://economico.sapo.pt/noticias/para-70-dos-portugueses-o-pior-ainda-esta-para-vir_129177.html">96% dos portugueses dizem que a situação económica do país está mal e 71% acreditam que vai piorar.</a></b>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-76663794543026329212011-10-16T22:24:00.001+01:002011-10-16T22:24:40.355+01:00François Holland<div style="text-align: justify;">
O candidato do PS francês às presidenciais é <a href="http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Internacional/Interior.aspx?content_id=2061274">François Holland</a>. Se ganhar, substituirá um dos principais responsáveis pela crise do projecto europeu nos últimos três anos. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-11203968402557853812011-10-16T01:44:00.000+01:002011-10-16T01:47:19.310+01:00A caminho da utopia neo-liberal<div style="text-align: justify;">
Falando perante autarcas do PSD, Passos Coelho justificou a pilhagem dos subsídios de Natal e de férias dos funcionários públicos afirmando que "<a href="http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/passos-diz-que-funcionarios-publicos-ganham-mais-10-a-15-que-trabalhadores-do-privado-1516651">cortar nos salários do privado não resolveria o problema orçamental do país, já que não é o Estado que paga estes salários</a>". A verdade é que o défice reduz-se cortando na despesa ou aumentando as receitas. O Estado não paga salários do sector privado, mas pode aumentar a receita, como acontecerá quando ficar com o equivalente a 50% do subsídio de Natal deste ano dos trabalhadores do sector privado e do sector público. Não deixa de ser extraordinário perceber a indigência argumentativa e a desonestidade intelectual do primeiro-ministro. Passos só pode julgar que os portugueses são parvos e que não conseguem fazer contas de somar. </div>
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<br /></div>
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Se quisermos procurar as verdadeiras razões de Passos Coelho, talvez seja melhor começar por ler uma notícia do Expresso, sobre a qual <a href="http://vaievem.wordpress.com/2011/10/15/a-confissao-de-um-governante/">Estrela Serrano</a> já disse o que há para dizer, em que um membro do governo admite a discriminação contra o funcionalismo público em função de critérios eleitorais: "a função pública não é a base eleitoral deste governo". Temos um governo que despreza o Estado e os seus funcionários e que se encontra apostado numa <i>blitzkrieg</i> para liquidar o máximo que puder no mais curto intervalo de tempo possível. O objectivo desta gente não é salvar o que quer que seja; é destruir o Estado e transformar o país numa utopia neo-liberal. E os portugueses são as cobaias desses amanhãs de Estado mínimo e selvajaria máxima. </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-41025189268362779892011-10-15T00:56:00.002+01:002011-10-15T00:56:59.478+01:00AlternativasDizem que não há alternativa às medidas anunciadas pelo governo para o próximo Orçamento de Estado. É falso.<br />
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O governo podia ter optado por uma nova sobretaxa sobre todos os rendimentos, de forma a não ser preciso roubar dois salários aos funcionários públicos.<br />
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O governo podia ter optado por introduzir taxas progressivas, não penalizando da mesma forma quem ganha mil euros e quem ganha cinco vezes esse valor.<br />
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O governo podia ter optado por taxar os lucros das empresas bastante abaixo do limite de 10 milhões de euros anunciado.<br />
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O governo podia ter optado por aplicar a essas empresas uma taxa superior aos 5% anunciados, já que o subsídio de Natal e de férias representam um corte superior a 14% para os funcionários públicos.<br />
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O governo podia ter optado por taxar as grandes fortunas e a propriedade não produtiva.<br />
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O governo podia ter optado por taxar as segundas residências (e as terceiras e quartas, etc.) em vez de ter reduzido as isenções no IMI e agravado a taxa de forma geral.<br />
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O governo podia ter optado por distribuir o peso da consolidação orçamental de forma socialmente justa.<br />
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Optou por não o fazer. Mas não digam que não havia alternativas.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-70278112711886357302011-10-15T00:42:00.000+01:002011-10-15T00:42:20.972+01:00Uma escolha ideológica<div style="text-align: justify;">
O acréscimo de meia hora de trabalho no sector privado não aumenta a produtividade. Como a produtividade é um quociente, o resultado de mais horas de trabalho pode ser mais riqueza, mas nunca mais produtividade. Isto é matemática do ensino básico. Há muita gente que ou não domina o conceito de produtividade ou não domina o raciocínio matemático inerente a uma fracção e é aflitivo que algumas dessas pessoas estejam no actual governo.</div>
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Quando se determina que os trabalhadores passarão a trabalhar mais pelo mesmo salário, o que se verifica é uma redução do custo do trabalho. Basicamente, em termos de custos, é o mesmo que aplicar um corte salarial. Admitindo que os outros factores se mantêm estáveis, a redução do custo do trabalho permite ter um custo final do produto mais baixo. Mas se os produtos continuarem a ser vendidos ao mesmo preço, o resultado é o aumento da margem de lucro. Traduzindo, enquanto o trabalhador está, de facto, a ganhar menos pelo que produz, a gestão fica com indicadores financeiros mais interessantes, pelos quais será recompensada, e os accionistas ficam com mais lucros, a partir dos quais distribuirão dividendos. Fica assim completo o ciclo de transferência da riqueza gerada pelo sacrifício de muitos para benefício de alguns.</div>
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O défice poderia nem ser do PSD, embora em boa parte seja (Madeira, BPN, crise política para forçar eleições), mas as opções para o combater, como Passos Coelho reconheceu, são. O governo escolheu atacar a classe média, os pensionistas e os funcionários públicos. Foi uma escolha consciente e que nasce de um alinhamento ideológico que beneficia os que têm mais em detrimento dos que lutam para sobreviver dignamente.</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-68876457252382721332011-10-14T21:46:00.000+01:002011-10-14T21:46:11.227+01:00Tiro de partida<div style="text-align: justify;">
Passos Coelho provou ontem que entre os seus defeitos como político contam-se a hipocrisia e a absoluta falta de soluções para recuperar a economia e qualidade de vida do país. Mas mostrou também que não é louco. A confirmarem-se as contas do Diário Económico, <a href="http://economico.sapo.pt/noticias/mais-de-80-do-buraco-no-oe-tapado-com-salarios-do-sector-publico_129009.html">80% do buraco orçamental é compensado com salários do sector público</a>. Dito de outra forma, estes 80% são compensados com o sacrifício de 5% de trabalhadores portugueses. O princípio em que assenta esta opção é o antiquíssimo dividir para reinar. Como os custos recaem essencialmente sobre o funcionalismo público, a massa de trabalhadores do privado respira de alívio por não ser com eles. O acréscimo de duas horas e meia por semana de trabalho para o privado faz rir muito boa gente que dá bastante mais do que isso sem nunca ter recebido um cêntimo de compensação. Dia 15 de Outubro há manifestações e faz toda a diferença não ter a maioria dos trabalhadores por conta de outrem em estado de choque. </div>
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O PSD e o PP não só estão a riscar tudo o que disseram em campanha, agravando os impostos para quem trabalha e fazendo recair sobre este sector, de forma desproporcional, o ónus do défice. Enquanto as grandes fortunas, os negócios monopolistas e os lucros astronómicos se mantêm intocados, o governo avança com uma pilhagem dos subsídios de férias e de Natal acima de 1000 euros, uma medida socialmente injusta e regressiva. Da mesma forma que as taxas de IRS aumentam numa razão proporcional ao vencimento do sujeito passivo, também uma taxa extraordinária sobre os subsídios de Natal e de férias deveria manter esse princípio para ser socialmente justa. </div>
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O governo assume a sua incompetência e impreparação ao aumentar, mais uma vez, a carga fiscal e ao não apresentar uma única ideia para dinamizar o crescimento económico. A estratégia para gerir o descontentamento passa pela aposta na atomização dos indivíduos e na criação de divisões sociais, colocando o sector privado contra o sector público, o patronato contra os trabalhadores e os contribuintes líquidos contra os beneficiários. Desiluda-se quem pensar que, não fazendo parte da corte de privilegiados e protegidos, está a salvo da sangria. O exemplo vem de cima. A <a href="http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1193764.html">ganância encarregar-se-á do resto</a>.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-16803108110302779842011-10-13T23:36:00.000+01:002011-10-13T23:36:16.083+01:00Subsídio de Natal e Subsídio de Férias<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSq2YT9J43GW0z2xE-d5FYptjnI7mMqBBCQH9aSrln4hzjh3nwGGnLxwmUY9UoCNq66Z0WBZdV0yEQKsCIq8dYNla1cR41eCkag2xAUQdzE_Afbq73iTcBbW9YCn8-L0WieP55v7H6QMM/s1600/AlbertoJoaoJardim-500.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSq2YT9J43GW0z2xE-d5FYptjnI7mMqBBCQH9aSrln4hzjh3nwGGnLxwmUY9UoCNq66Z0WBZdV0yEQKsCIq8dYNla1cR41eCkag2xAUQdzE_Afbq73iTcBbW9YCn8-L0WieP55v7H6QMM/s200/AlbertoJoaoJardim-500.jpg" width="200" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9s8dbO_QboWyh8z33WVFUCK6UB9VnVDuaZlok0dgpqUmdKWV0QnZ_RZSC86bi4kbzlluqGIJ8-IrnJa-HZKWBRuvrvdvPsKMRl7vcGtFYhSZBKYwdTFTZe36we6LzLTAn9fb4aZ1VlKU/s1600/dias+loureiro+oliveira+costa+cavaco.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="143" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9s8dbO_QboWyh8z33WVFUCK6UB9VnVDuaZlok0dgpqUmdKWV0QnZ_RZSC86bi4kbzlluqGIJ8-IrnJa-HZKWBRuvrvdvPsKMRl7vcGtFYhSZBKYwdTFTZe36we6LzLTAn9fb4aZ1VlKU/s200/dias+loureiro+oliveira+costa+cavaco.jpg" width="200" /></a></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-89349635615244986162011-10-13T22:29:00.002+01:002011-10-13T22:29:50.688+01:00Dúvidas existenciaisJá se pode começar a chamar mentiroso a Passos Coelho como o PSD andou seis anos a fazer com José Sócrates?Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-11905175820388342632011-10-11T19:07:00.002+01:002011-10-11T19:07:48.648+01:00Um programa social<div style="text-align: justify;">
Em Inglaterra, devido aos cortes nos apoios sociais, prevê-se que o número de crianças em situação de pobreza possa aumentar em mais <a href="http://www.guardian.co.uk/society/2011/oct/11/children-poverty-institute-fiscal-studies">meio milhão até 2015</a>. Mas isso é secundário. Para David Cameron, o importante é <a href="http://www.guardian.co.uk/society/2011/oct/11/pornography-internet-service-providers">criar filtros</a> que limitem o acesso a conteúdos sexuais na internet. O relatório em que o primeiro-ministro inglês se apoia, e com cuja abordagem diz concordar, propõe outras medidas de fundo como acabar com a venda de roupa “inapropriadamente sexy” para crianças, incluindo T-shirts com <i>slogans</i> demasiado sugestivos. </div>
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Isto poderia ser apenas um caso rocambolesco, mas, na realidade, é sintomático da hipocrisia conservadora. Ao mesmo tempo que defende a liberdade e autoridade das famílias para escolherem as escolas e a educação dos seus filhos, promove um moralismo legislativo ridículo nos usos e costumes. E enquanto diz defender a família e os seus valores, deixa cair na pobreza absoluta 500.000 crianças. Pobrezinhos, mas puros de espírito – eis o programa social dos conservadores ingleses.
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-44208135261558219582011-10-11T19:04:00.001+01:002011-10-11T19:04:30.141+01:00Contorcionismos<div style="text-align: justify;">
Entretida a celebrar a vitória eleitoral de domingo, uma caravana do PSD, onde pontuava um recém-eleito deputado, <a href="http://www.dnoticias.pt/actualidade/politica/286972-very-light-lancado-pela-jsd-faz-disparar-alarme-no-diario#.TpISkczvxnA.twitter">parou às portas do Diário de Notícias da Madeira, berrou ameaças e insultos e lançou <i>very lights</i> para as instalações</a>. Em locais decentes, o senhor deputado nunca tomaria posse e este caso seria investigado até às últimas consequências. Na Madeira, é capaz de ser apenas mais uma das anormalidades típicas da região. </div>
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No continente, os media encolhem-se e a classe política assobia para o lado. Julgo que seja redundante explicar porque é que a impunidade deste tipo de acções não é apenas vergonhosa, mas um sinal da podridão dos espíritos e um precedente perigoso. A canalha, quando toma o freio nos dentes, sente-se entusiasmada para repetir e superar-se na barbárie. </div>
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É apenas um pormenor, mas a memória é uma forma de responsabilização social e política: há seis meses, havia gente que não se calava com a “verdade” e com a “asfixia democrática”, espumava de indignação contra processos movidos contra jornalistas e jurava a pés juntos que existia um plano para controlar a comunicação social. Entretanto, desapareceram nos gabinetes de assessores dos ministérios, nos grupos de trabalho e nos <i>think tanks</i>, onde não deve haver acesso à internet. Sobre a Madeira, nem um pio. O contorcionismo vertebral é sempre uma coisa muito estranha de se ver.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-86176639180787997142011-10-10T22:48:00.002+01:002011-10-10T22:49:00.371+01:00Pirómanos<div style="text-align: justify;">
Numa altura em que a Europa atravessa uma grave crise económica, o primeiro-ministro inglês vai aproveitando para avançar com uma agenda <a href="http://www.guardian.co.uk/uk/2011/oct/10/david-cameron-immigration-crackdown">xenófoba e securitária</a>. Nada de bom pode nascer desta mistura explosiva.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-36027941439947215762011-10-10T21:57:00.000+01:002011-10-10T21:57:46.944+01:00Diferenças de fundo<div style="text-align: justify;">
Luís Novaes Tito, em <a href="http://barbearialnt.blogspot.com/2011/10/alhos-e-bugalhos.html">poucas palavras</a>, explica porque é que a ideia que Francisco Assis lançou nas eleições para secretário-geral do PS não é comparável ao que o PS francês está a fazer nas primárias para as eleições presidenciais. </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-63059286444765427402011-10-10T21:45:00.000+01:002011-10-10T21:45:45.682+01:00Tiro ao lado<div style="text-align: justify;">
Para o presidente da Toyota Portugal, o problema económico português <a href="http://tv2.rtp.pt/noticias/index.php?t=Problema-da-producao-nacional-esta-nos-sindicatos-diz-presidente-da-Toyota-Caetano-Portugal.rtp&article=486932&layout=10&visual=3&tm=6">reside nos sindicatos</a>. Termos um tecido empresarial dominado por micro-empresas, mão-de-obra e gestão desqualificadas, que continua a apostar nos salários baixos como estratégia competitiva e que, salvo raras e honrosas excepções, não inova e não exporta, trata-se de uma mera coincidência. O problema está nos sindicatos, os quais, como é consensualmente reconhecido, até têm vindo a perder dimensão e capacidade negocial. Ou estamos perante um cínico inveterado ou estamos perante um gestor que precisa urgentemente de começar a acompanhar a realidade social e económica do século XXI.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-82930946618744485922011-10-07T23:07:00.001+01:002011-10-07T23:07:37.025+01:00A decadência da arte no mundo ocidental<a href="http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2040402">«Notação é uma arte, não uma ciência», admite Standard&Poor's</a><br />
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Esta é a justificação que a S&P encontra para ter atribuído notação AAA aos produtos financeiros que arruinaram o sector financeiro e a economia mundial. Recorrendo a uma comparação desportiva, existe uma certa diferença entre falhar um golo acertando no poste e falhar um golo acertando no simpático sexagenário, sentado no terceiro anel, que não se conseguiu desviar a tempo.</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4761484347900626547.post-24084738458032711022011-10-07T22:06:00.001+01:002011-10-07T22:06:32.223+01:00Contra<div style="text-align: justify;">
Depois de Francisco Assis, é agora a vez de Teixeira dos Santos <a href="http://economico.sapo.pt/noticias/ps-deve-viabilizar-orcamento-diz-teixeira-dos-santos_128488.html">pedir a viabilização</a> pelo PS de um Orçamento que ninguém conhece. Como o governo tem o apoio da maioria parlamentar formada por PSD e PP, a viabilização está assegurada. A questão, na prática, nem sequer se coloca.</div>
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Se o Orçamento for mau, cortando agressivamente na saúde e na educação, colocando em causa a eficácia e eficiência do Estado, transferindo desproporcionalmente para os agregados familiares o co-pagamento dos serviços públicos e inviabilizando a recuperação económica e a criação de emprego qualificado, o PS não deve ter receio de afastar-se claramente destas políticas. </div>
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A austeridade orçamental da direita europeia é injusta e contraproducente. Votar contra um Orçamento nestes moldes não é tirar "dividendos políticos", é marcar uma posição e traçar uma linha de rumo para o futuro que dê alguma esperança a todos os que têm sido prejudicados pelo fanatismo ideológico, pela incompetência e pelo amadorismo.</div>
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