sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O último dia
Se apenas os resultados deste ano eleitoral contassem, Ferreira Leite teria toda a legitimidade para permanecer como líder do PSD até ao fim do mandato e, querendo, apresentar-se novamente como candidata. Mesmo a derrota expressiva nas legislativas e o recuo nas autárquicas permitem, pelo menos, o cumprimento integral do seu mandato. Mas não são apenas os resultados eleitorais que contam. As escolhas que a direcção do PSD impôs, especialmente João de Deus Pinheiro e António Preto, comprometem seriamente a liderança. Deus Pinheiro renunciou ao mandato de deputado e António Preto suspendeu-o, o primeiro alegando razões pessoais e o segundo para responder às acusações judiciais que sobre ele pendem. Se uma derrota eleitoral não é algo que, necessariamente, deva levar ao afastamento de um líder partidário, os casos de Deus Pinheiro e de António Preto resultam na negação de tudo o que o PSD pretendeu representar nestes últimos meses. Sendo nomes apontados e impostos por Ferreira Leite, a sua responsabilidade política sobre este desfecho é inquestionável. Um caso e outro fragilizam-na para lá do aceitável e demonstram uma incoerência com um preço muito alto. Porque há sempre quem tenha dificuldade em perceber, ou em aceitar a realidade, convém deixar clara a posição actual da liderança do PSD. Ontem foi o último dia com legitimidade política para se manter em funções.
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