Portugal está transformado num país de desconfiados. Por princípio, desconfia-se. E parecem ser ainda poucos os que percebem o salto qualitativo descendente, em termos civilizacionais, que esta forma de estar prenuncia.
Tive noutro dia numa conferência sobre confiança um professor holandês que perguntou justamente à audiência se por princípio confiavam, mudando de opiniao no caso de se enganarem ou desconfiavam, deixando ao outro a tarefa de provar o seu bom carácter. A seguir explicou como isto era idiota: embora seja fácil uma pessoa provar nao ser merecedora da nossa confiança, o contrário é muito difícil, senao impossível, porque nunca acabamos de provar merecer a confiança de alguém.
Assim os desconfiados perdem a vida a desconfiar e nunca chegam a confiar realmente. Este é o estado permanente da política em Portugal, ninguém se atreve a acreditar. E visto desta perspectiva, realmente nao é muito inteligente.
2 comentários:
É bastante deprimente, ultimamente agravou-se, mas não é uma situação nova, basta ler o Eça, zurzindo em tudo quanto mexia então em Portugal.
Tive noutro dia numa conferência sobre confiança um professor holandês que perguntou justamente à audiência se por princípio confiavam, mudando de opiniao no caso de se enganarem ou desconfiavam, deixando ao outro a tarefa de provar o seu bom carácter. A seguir explicou como isto era idiota: embora seja fácil uma pessoa provar nao ser merecedora da nossa confiança, o contrário é muito difícil, senao impossível, porque nunca acabamos de provar merecer a confiança de alguém.
Assim os desconfiados perdem a vida a desconfiar e nunca chegam a confiar realmente. Este é o estado permanente da política em Portugal, ninguém se atreve a acreditar. E visto desta perspectiva, realmente nao é muito inteligente.
Mas é tao fácil de compreender...(snif)
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