terça-feira, 18 de novembro de 2008

Há vida nos blogues

Há uns anos, escreviam nos blogues poucas pessoas. Havia, talvez, mais interacção, e era fácil cobrir um vasto espectro com uma lista de leituras diárias muito razoável. Hoje em dia, o número de blogues aumentou espantosamente e criaram-se redes de leituras mais restritas. É impossível acompanhar o ritmo da produção de conteúdos e do nascimento de novos blogues. Entraram no mundo dos blogues alguns nomes mediáticos, enquanto outros, à custa de muito talento, de muita perseverança, ou de muita polémica, conseguiram um lugar de destaque, acima do mar de nomes.

Entre quem cá anda desde esses tempos, é compreensível um certo desencanto com a evolução. O fenómeno deixou de ter uma dimensão quase tangível para assumir contornos mais massificados.

As maiores potencialidades dos blogues podem reduzir-se a duas características: tender a democratizar o acesso à produção de conteúdos e permitir a liberdade de se transformar no que os seus autores quiserem. Evidentemente, o crescimento da massa crítica e da diversidade dos blogues, pelas leis da estatística, gera alguns exemplos de muita qualidade, alguns exemplos de muito pouca qualidade e muitos exemplos medianos. Para além disto, os nomes mais sonantes, quer porque tragam a sua fama de outros campos, quer porque a tenham alcançado no mundo dos blogues, recolhem maiores antenções e também se percebe que assim seja. Tudo isto são consequências lógicas e óbvias. Quem não identificar este resultado com os benefícios que lhe estão associados não percebe bem as vantagens de uma ferramenta como os blogues.

2 comentários:

cparis disse...

Sinto um enorme desencanto na sua voz. Compreendo-o, porque faz tempo que o sinto, e por isso o acanto fechou.

Abraço, gostei de o reler...

Miguel Silva disse...

Algum desencanto. É normal, suponho eu.
Seja re-bem-vindo, cparis, e um abraço!