segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Diz-me com quem andas

Os cartazes que ilustraram a manifestação contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo falam por si. Aquela não foi uma manifestação pelo referendo, foi uma manifestação contra a lei recentemente aprovada. Não havia ali ninguém que, no caso de vir a existir um referendo, defenda o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Esse, mais do que os eufemismos e subterfúgios de retórica, é o ponto que os une. Pela Avenida da Liberdade, triste ironia toponímica, desfilaram monárquicos, católicos, conservadores, reaccionários e fascistas. Ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo não funde todos estes grupos sociais, embora os tenha unido. Mais, ninguém pode impedir pessoas e grupos de se manifestarem livremente. Mas também ninguém impede ninguém de se ir embora se não gostar das companhias. Este sábado, pessoas como Maria José Nogueira Pinto e José Ribeiro e Castro decidiram caminhar lado a lado com neo-nazis. Enquanto não se demarcarem das alarvidades a que emprestaram a cara e o nome, manterão uma nódoa iniludível na sua figura pública.

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